22 agosto 2006

Gêneros: por media ou por campo?

Uma das questões-chave para a compreensão do gênero jornalístico é a definição do seu limite de pertencimento. No Brasil, em geral, estuda-se o gênero jornalístico pela media. Gênero radiofônico, televisivo, do impresso ou digitais.

A discussão é de base. Cerca-se o conceito pela lógica da media ou pela lógica do campo? Ou ainda: como se relacionam as duas esferas?


É fato que os gêneros, como diz o professor Luiz Marcuschi, preferem um e outro dispositivo. O artigo é bem melhor acolhido no impresso do que no rádio, onde poderia ser lido. Por questões óbvias das características tecnológicas, não temos artigo em televisão ou fóruns em impressos. No entanto, não só por questões tecnológicas, mas também comerciais, a entrevista é o gênero mais frequente no rádio. A entrevista, por sinal, é um gênero universal, digamos assim. Está em todas as mídias, seja em ping-pong ou em formatos de talk show.

O campo jornalístico explora as quatro medias sob diversos produtos. Não seria o caso de se perguntar quais as características que o definem independente da media? As finalidades discursivas da prática jornalística não devem ser diferentes apenas por causa das medias. Ainda que, com lógicas diferentes, os impressos não devem se posicionar (lugar de fala, responsabilidades) como os webjornais na cobertura de um atentado ao metrô de Londres? Na verdade, a media (dispositivo com dados regimes imanentes) é um dos elementos que condicionam o gênero.

Será que, por esse motivo, ainda hoje, se cria e se rejeita classificações de gêneros? Tema para um outro post.

[post atualizado 22/08, por contribuições da colega de doutorado, Jan Alyne Barbosa]

2 comentários:

Anônimo 12:35  

Lia! tudo bem? Classificar é uma operação complicada quando se fala de gêneros... salvo que classifique com resalvas, pois essas classes devem ser provisórias, considerando a dinâmica dos produtos midiáticos.... vou pensar mas e depois, te digo. :-) Gostei da ideia do blog!

Unknown 13:49  

Oi, Gra, concordo plenamente com vc. Classificar é complicado. Mas, vc não concordaria com Goimard?, quando ele diz que a noção de gênero traz em si o princípio da classificação?
Não seria por isso que a história do estudo dos gêneros é quase que uma história de teorias de classificação?
Não concordaria tb com: "O objetivo das taxonomias não é classificar coisas, mas sim definir critérios de classificação"...

Site dedicado ao estudo dos gêneros jornalísticos. Criado durante nossa tese de doutorado, 2005. Esse novo layout abre um novo ciclo de estudo, pesquisa, descobertas sobre esse tema tão caro à prática jornalística e ao conhecimento sobre o jornalismo.

  © Blogger templates Brooklyn by Ourblogtemplates.com 2008

Back to TOP